Saúde Mental do Programador

(8 minutos de leitura) A saúde mental dos programadores está diretamente relacionada as suas próprias experiências, afinal cada um tem sua maneira de lidar com o estresse e os problemas do dia a dia. A ideia desse texto, não é falar como as pessoas devem trabalhar, mas reconhecer alguns problemas que podem prejudicar o trabalho e a qualidade de vida dos desenvolvedores

Saúde Mental do Programador

(8 minutos de leitura)


Nos dias de hoje não há um único profissional de qualquer área de atuação que não viva sobre muita pressão e estresse, ainda mais nesse período de pandemia. 

O estresse não é completamente ruim. Em fase inicial, ele dá ânimo, vigor e torna a pessoa mais produtiva. No entanto, quando atinge níveis mais profundos pode desencadear problemas físicos e mentais. 

A linha entre o estresse bom que ajuda na produtividade e o ruim que traz consequências ruim para nossa saúde é muito tênue como você pode ver no gráfico abaixo.

Fonte: vistratess.com

Na vida de um programador e/ou estudante de programação o estresse está sempre presente, pois são horas em frente de um computador resolvendo um problema atrás do outro. E são muito os problemas que tiram o sono e aumentam o estresse na vida do desenvolvedor. Na busca de resultados excepcionais celebrando e atendendo as necessidades e demandas dos clientes e dos usuários, as preocupações dos desenvolvedores também precisam ser ouvidas.


NÃO PRECISA SER UMA LOUCURA

No livro It doesn’t have to be crazy at work de David Heinemeier Hansson e Jason Fried, os autores se posicionam contra o que se tornou o senso comum no mundo das empresas, que é a loucura no trabalho, com longas jornadas, interrupções excessivas, falta de tempo para pensar, agendas superlotadas, etc., o que impede de que os trabalhadores possam dar o seu melhor no trabalho.

O livro critica a “nova” maneira de como as empresas trabalham e de que as empresas não precisam ser uma loucura para obterem sucesso. As organizações devem reorganizar a maneira de trabalhar para que seus funcionários não privem horas de sono e de tempo de qualidade com suas famílias.


A RELAÇÃO COM O TRABALHO

Muito além das esferas da organização, que envolvem a cultura da empresa e as práticas de desenvolvimento, é claro que a saúde mental dos programadores está diretamente relacionada com suas próprias experiências. Afinal cada um tem a sua maneira de lidar com o estresse e os problemas do dia a dia.


APRENDER FAZ PARTE DO TRABALHO

É muito comum no trabalho do programador receber novos desafios, algo que nunca trabalhou antes ou que envolve alguma tecnologia diferente. E isso não deve ser motivo de preocupação ou desmotivação, pois o desenvolvedor não tem que saber tudo e responder rapidamente sobre qualquer linguagem ou tecnologia, isso é humanamente impossível.

Estudar e aprender faz parte do trabalho. Assim deve-se aceitar que muitas vezes irá precisar parar e estudar alguns assuntos desde o começo de um projeto, terá que testar e errar muitas vezes, para entregar tarefas e seguir em frente.


A SÍNDROME DO IMPOSTOR

A “síndrome do impostor” descreve um padrão de comportamento em que a pessoa não se sente capaz o suficiente para executar uma tarefa, mesmo com as evidências demonstrando o contrário. Essa síndrome faz com que a pessoa minimize suas realizações, e não se exponha por medo de se revelar uma fraude.

A síndrome do impostor se manifestar de várias maneiras:

1) Sentimento de não pertencimento: muitas vezes, as pessoas que sofrem com a síndrome do impostor podem pensar que não merecem estar onde estão. Quando isso ocorre, é comum que haja um sentimento de não pertencimento aos locais que, como consequência, leva as pessoas a se afastar dos grupos.

2) Procrastinação: o indivíduo se sente inseguro para executar as tarefas do dia a dia.

3) Autossabotagem: criam mecanismos para fugir de certas experiências em que não se sentem seguras para desempenhar um bom papel. Por isso, costumam perder boas oportunidades e acabam se arrependendo muito regularmente.

4) Autodepreciação: Se você costuma falar mal de si mesmo com muita frequência, fique atento ou atenta: isso também é um sinal importante. Aliás, pessoas com a síndrome tendem a gostar menos de suas qualidades e características, tornando-se amarguradas e tóxicas consigo mesmas.

5) Autocrítica excessiva: é válido que as pessoas façam análises críticas sobre suas ações. No entanto isso não pode se tornar completamente excessivo e as avaliações perderem contato com a realidade. É como se a pessoa perdesse a capacidade de encontrar boas lições de erros e se punisse o tempo todo.

6) Comparação: essa é a principal característica da síndrome do impostor. O indivíduo só consegue encontrar boas características nos outros e nunca em si mesmo.


PERFECCIONISMO

Os desenvolvedores adoram falar sobre as boas práticas da programação, estudar diferentes abordagens para lidar com problemas, testar novas tecnologias etc. O grande problema é que tudo isso pode ser usado para autocrítica, ou criticar o trabalho de outros programadores pessoas. Essas características devem ser usadas para melhorar o trabalho e nunca depreciar.


HIGIENE MENTAL

A higiene mental se refere aos cuidados para manter o equilíbrio da nossa mente. Entre eles, estão manter uma alimentação saudável, moderar a ingestão de substâncias psicoativas, como álcool e remédios, evitar relações tóxicas e estabelecer projetos futuros. A higiene mental fortalece a autoestima, tão necessária para que desempenhemos com qualidade as atividades que temos em nosso trabalho e para que haja harmonia, calma e cooperação no convívio com outras pessoas. Existe uma série de hábitos e muitas estratégias para manter a mente saudável, tais como: praticar ioga, meditação, exercitar-se, ter contato com alguma forma de arte, dentre outros.

O ponto é que muitas vezes não percebemos quando estamos chegando no esgotamento, então não espere que as coisas piorem para reservar um tempo para cuidar de si mesmo.

Algumas causas de estresse e ansiedade na vida de um programador são inevitáveis. O processo de aprendizado do dia a dia do programador é naturalmente frustrante e intenso. Mas infelizmente não há muito o que fazer, é preciso aprender a lidar com essas situações da forma mais saudável possível.

O programador não precisa trabalhar a beira do burnout. Já se sabe que isso não é saudável e mais prejudica o projeto do que qualquer outra coisa.

Muitas vezes o excesso de estresse acontece por falta de compreensão e confiança de outras áreas sobre como o trabalho do desenvolvedor funciona, e o programador se sente na obrigação de atender expectativas impossíveis. Quando não se aceita o tempo que os projetos precisam, e começam a gerar pressão para forçar acordos irreais, o trabalho do programador não é fazer milagres e sim comunicar da forma mais clara o que é possível fazer. 

Um ciclo saudável de entrega de projetos, leva a relações saudáveis no trabalho, que permite uma boa saúde mental dos desenvolvedores.


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Referência:
https://bit.ly/3GZwC6g
https://bit.ly/32um5ky
https://bit.ly/3GZy9JK
https://bit.ly/3fXaKg8
https://bit.ly/3nRHHyT
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